Hoje vamos continuar falando sobre os indicadores , dando foco aos indicadores que nos permitem avaliar o endividamento da empresa. Uma coisa que temos que ter em mente é que o fato da empresa ter dívidas não necessariamente é algo ruim, as vezes é necessário para que a empresa consiga crescer. O endividamento com objetivo de aumentar a lucratividade e crescer é visto como alavancagem, em que a empresa adquire dívidas para, assim, conseguir atingir um patamar de crescimento e faturamento desejável. Nestes casos, o processo de adquirir dívidas é algo saudável, já que a empresa tem o caixa necessário para conseguir pagar esta dívida. Vamos começar, 1. Dívida Líquida/Patrimônio líquido É a divisão entre o passivo líquido da empresa e o patrimônio detido pelos acionistas . Este indicador mostra a relação do quanto a dívida líquida representa o patrimônio líquido, e pode ser mostrada em porcentagem ou em forma de números. Analisando este indicador podemos notar também o grau de risco da em...
Ao nos depararmos com as ações presentes na bolsa de valores, em um primeiro momento, podemos pensar que é um grande conglomerado de ações e que não há uma diferenciação de tipos entre elas. O que eu quero dizer com tipos?
São as diferentes velocidades de crescimento e risco que cada empresa possui.
É fundamental entender isso a fim de realizar uma boa alocação, de acordo com seu objetivo, além de que entendendo isso, existe uma maior probabilidade de que seus investimentos trarão mais retorno, pois devemos entender onde estamos colocando nosso dinheiro.
Nessa linha, hoje vamos ver os 6 tipos de empresas na bolsa. Essa classificação foi feita por um dos maiores investidores do mundo, Peter Lynch, que obteve de 1977 até 1990 um retorno médio anual de 29.2%, isso significa que se você tivesse colocado nas mãos dele R$100.000,00 em 1977, no final de 1990 você teria aproximadamente R$2.800.000,00 !
1. Crescimento Lento (Slow Grower)
Com esta classificação estão empresas grandes, maduras, com seu mercado definido e que não têm uma alta taxa de crescimento.
Banco do Brasil (BBAS3) e Coca Cola (COKE).
Com esta classificação estão empresas grandes, maduras, com seu mercado definido e que não têm uma alta taxa de crescimento.
Normalmente estas empresas crescem junto com o PIB. Por isso, ao investir neste tipo não devemos esperar uma alta valorização de suas ações, o objetivo do investidor com esta classe de empresas é o foco em dividendos, pois já que não há um grande reinvestimento por parte da empresa, ela distribui boa parte do seu lucro em forma de dividendos para os acionistas. Deste modo, é ideal para quem quer ter uma carteira focada em dividendos ter grande parte das suas ações sendo deste grupo.
É interessante perceber que estas empresas têm maior previsibilidade e na maioria das vezes não há uma alta volatilidade, ao se comparar com empresas mais arriscadas. Portanto, é possível perceber que mesmo na renda variável existem ações mais seguras que outras.
Essa classificação não diz sobre todo histórico da empresa, já que um dia estas mesmas empresas já tiveram um grande crescimento para chegar no patamar em que estão hoje.
Como por exemplo:Banco do Brasil (BBAS3) e Coca Cola (COKE).
2. Crescimento Moderado (Stalwart)
Ambev (ABEV3), Hypera (HYPE3) e Fleury (FLRY3).
Estas empresas também são conhecidas como Blue Chips, são aquelas que apresentam resultados sólidos, são grandes, mas ainda tem uma margem de crescimento, em comparação com as de crescimento lento.
Normalmente elas não sentem muito as crises, conseguem navegar melhor por estes momentos, tendo menores quedas nestes períodos, com rápida recuperação.
Como por exemplo:Ambev (ABEV3), Hypera (HYPE3) e Fleury (FLRY3).
3. Crescimento Rápido (Fast Grower)
O foco aqui, normalmente, não são os dividendos, mas sim a valorização das ações.
Este tipo de empresa cresce muito, pois está adquirindo um maior market share, atingindo um maior espaço no mercado, muitas vezes por meio de aquisições, por exemplo.
É importante observar que esta classe também vem com maiores riscos, já que não pensam tanto em lucro neste primeiro momento, mas sim em um rápido crescimento no mercado. Contudo, vamos lembrar que com maiores riscos há a possibilidade de maiores retornos, já que o ganho não tem limite, mas a perda sim.
Para identificar uma fast grower é importante buscar empresas com bons fundamentos e uma cultura forte, além de skin in the game, isto é, quem gere a empresa tem a sua pele em risco assim como você, também ganhando ou perdendo conforme a empresa performa.
Exemplo: Méliuz (CASH3) e Magalu (MGLU3).4. Cíclicas (Cyclicals)
- Usiminas (USIM5)
- Gerdau (GGBR4)
A receita e o lucro destas empresas oscilam regularmente e com certa previsibilidade. Vamos pensar aqui em alguns casos:
- no caso da indústria da aviação: com o crescimento econômico mais pessoas viajam, assim, o lucro destas empresas aumentam, e em momento de recessão estas pessoas acabam viajando menos.
- na indústria automobilística: no momento em que a economia cresce, mais pessoas têm a possibilidade e incentivos para compras de carros e motos, de modo que neste momento, o lucro das empresas aumentam, e em momentos de crise a população normalmente não tem a condição de comprar bens mais caros.
A queda do preço de uma matéria prima pode afetar esta classe também, como por exemplo:
- a Suzano (SUZB3), que teve uma queda devido ao preço da celulose, já que ela é líder do mercado de papel, sofreu uma diminuição em sua receita.
É importante analisar se esta classe de ativos faz sentido para a sua tese de investimento, já que há muita volatilidade.
Empresas dos setor de metalurgia, que dependem muito do preço atrelado a certas commodities, também são desta classe, como por exemplo:
- CSN (CMIN3)- Usiminas (USIM5)
- Gerdau (GGBR4)
5. Turnarounds
Via Varejo (VVAR3)
Cielo (CIEL3)
Oi (OIBR4)
Essas são as empresas que um dia estiveram em crescimento, porém, devido a má gestão, entrada de concorrentes e mudança no mercado, por exemplo, acabaram ficando para trás, pararam de crescer e agora tentam sair do buraco. As empresas desta classe, normalmente, entram em um processo de reestruturação e recuperação para, assim, tentar voltar ao jogo.
Estas empresas estão no ponto de virada, com um alto risco atrelado, porém, se a empresa conseguir realizar o turnaround o investidor pode ter um grande ganho. Devido ao alto risco, é bom deixar somente uma pequena parte do seu capital nesta classe, claro que dependendo do seu perfil, se você preferir não correr muitos riscos esta classe não é para você.
Alguns exemplos são:Via Varejo (VVAR3)
Cielo (CIEL3)
Oi (OIBR4)
6. Asset Plays
São empresas que têm um ativo oculto, algo que o mercado não está vendo claramente.
Vamos entender melhor com este cenário:
Imagine que uma empresa esteja sendo negociada por x reais, porém, ela não está muito bem financeiramente, então, o mercado precifica ela para um preço baixo. Contudo, ao analisar bem você percebe que a empresa tem vários ativos imobiliários, como terrenos, por exemplo, que se vendidos valem 4x (quatro vezes mais), comparada a precificação da empresa.
Esse cenário mostra uma ótima oportunidade, já que a empresa está com um preço baixo e seus ativos valem mais do que o seu valor no mercado.
Alguns desses ativos ocultos podem ser também patentes, imóveis, clientes ou dinheiro em caixa.
Deu para perceber que para esta classe de empresas é preciso um estudo bem detalhado e profundado, que caso bem avaliado, pode apresentar uma grande oportunidade para o investidor.
Esses são os 6 tipos de empresas, de acordo com a classificação do Peter Lynch, caso vocês queiram saber mais, irei deixar como dica o livro em que o Peter Lynch explica isto, além de falar sobre diversos outros assuntos, vale a pena ler.
Dica de Livro: O jeito Peter Lynch de investir
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Excelente!!!
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